Somente o Meu Canto



No meu canto é onde fujo desse mundo assustador, onde me escondo para chorar por toda dor, onde procuro pela existência de  uma gota de amor, onde não preciso fingir bravura assistindo a realidade – um autêntico filme de terror. 
No meu canto eu vejo tudo, vejo a hipocrisia dos discursos de paz que fomentam a guerra. Aqui eu lamento por esse mundo, pela ambição do homem que consome o planeta terra, pela impiedade à vida humana que semeia o luto e pelo ódio que nos corações intolerantes essa impiedade gera, pelas disparidades entre os que sobrevivem com menos do que nada e os que esbanjam mais do que tudo e pelas vidas da maioria limitadas pelo prazer e ganância da minoria que sobre eles impera. 
No meu canto eu posso despir-me da máscara imposta pela sociedade, posso vestir-me das minhas opiniões sem pôr em risco a minha liberdade. É no meu canto onde encontro consolo e forças para suportar o peso de viver, é no meu canto onde encontro coragem para assumir meus ideais e crenças, independentemente das consequências que isso me poderá trazer. 
No meu canto ninguém me impõe limites porque meu canto não é um espaço, meu canto não tem fronteiras, é qualquer lugar, meu canto é um estado de introspecção e combinação entre mente e alma, de renovação de energias e de afogamento de dores e mágoas, de rejeição aos padrões do mundo e reafirmação dos meus princípios, de no meio de tanta coisa feia procurar ainda por algo bonito. No meu canto percebo que o mundo não muda pelo meu pranto, mas pela pessoa que sou para o mundo quando saio do meu canto.

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